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Docentes cobram reposição da data-base e intensificam articulação política na Alep

Em reunião com deputados estaduais, representantes do Comando Sindical Docente denunciam defasagem salarial superior a 47% e cobram ações concretas do governo Ratinho Junior
24 de Junho de 2025 às 13:11

Nesta segunda-feira, representantes do Comando Sindical Docente (CSD) das universidades estaduais do Paraná estiveram na Assembleia Legislativa para cobrar respostas sobre a reposição da data-base e denunciar a defasagem salarial que já ultrapassa 47%. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o professor Gilberto Calil, presidente da Adunioeste, e a professora Sabrina Grassiolli, vice-presidente, relataram os principais encaminhamentos da agenda política do dia, que incluiu reuniões com os deputados estaduais Hussein Bakri (PSD) e Evandro Araújo (PSD).

Durante o encontro com o deputado Hussein Bakri, líder do governo na Alep, os docentes lembraram que o atual governo nunca pagou a reposição integral da inflação anual à categoria, o que tem provocado perdas salariais acumuladas significativas. Bakri confirmou que o governo Ratinho Junior não tem previsão de pagamento da data-base nem em 2025 nem em 2026. Ainda assim, admitiu a defasagem da categoria docente em relação a outras carreiras do serviço público e apontou a possibilidade de encaminhar uma proposta ao governo, desde que sejam feitos cálculos detalhados do impacto financeiro.

Diante disso, Bakri se comprometeu a articular uma agenda com o diretor-geral da Casa Civil, incluindo representantes do Comando Sindical e a participação do secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona. A reunião deve ocorrer nos próximos dias, segundo informaram os docentes.

Em outra frente de articulação, o deputado Evandro Araújo foi receptivo às demandas apresentadas e demonstrou disposição em colaborar com a construção de soluções. Segundo Gilberto Calil, o parlamentar se prontificou a intermediar a apresentação de um projeto de lei que regulamente a progressão para professor titular dentro da carreira docente. Para isso, solicitou o envio formal da pauta reivindicatória do Comando Sindical, ressaltando que o segundo semestre será decisivo para viabilizar avanços, especialmente se houver mobilização da categoria.

Ao final da agenda, a professora Sabrina destacou a importância da atuação articulada entre os sindicatos e a necessidade de ampliar a base de apoio parlamentar:
“Estamos aqui com os demais sindicatos da base do Comando Sindical Docente, unificando esforços para fazer valer a luta das universidades estaduais. Precisamos que o governo reconheça que o sucateamento da carreira docente compromete o futuro do ensino superior público no Paraná”, afirmou.

Ainda nesta segunda-feira, o Comando Sindical Docente divulgou um boletim detalhando os diálogos com os parlamentares e reiterando a gravidade da defasagem salarial enfrentada pela categoria. O documento também reforça a necessidade de mobilização da comunidade acadêmica no segundo semestre para pressionar o governo a apresentar respostas efetivas.

A agenda faz parte de uma série de iniciativas organizadas pelo Comando Sindical Docente para pressionar o governo estadual a dialogar com os trabalhadores da educação superior e a apresentar soluções concretas para a valorização da carreira docente.